segunda-feira, 16 de junho de 2008

“Será que os CASTIGOS deveriam existir na escola ?” A indisciplina!



Efectivamente, a indisciplina nas escolas é, na minha opinião, um dos problemas mais prementes e delicados com que hoje os professores se debatem.No entanto, a palavra “castigo”, em termos pedagógicos é muito “forte”, eu diria mesmo “violenta”. Vou falar nesta questão tendo sempre como realidade, as escolas do 1º Ciclo, que são as que me dizem respeito.Assim, dizer-se que se põe o aluno na “rua” ou fora da sala de aula, a nós, professores do 1º Ciclo, é uma questão que não se põe. Isto porque, simplesmente não o podemos fazer, ou seja, o aluno tem de ficar dentro da sala de aula. Como ultrapassar este problema ? Arranjando estratégias. Estas estratégias podem passar desde “gastar as energias das crianças no recreio”; leccionar uma aula de ginástica; fazer dramatizações; utilizar alguns métodos Freinet; arranjar algumas actividades pedagógicas dentro da sala de aula de forma que as crianças, sozinhas, as possam executar, sem perturbar o bom funcionamento da aula, até a uma observação cuidada e atenta de cada criança, no sentido de o professor perceber melhor os limites de cada criança. Até aqui só falei daquilo que o professor, sozinho, pode fazer. O professor pode e deve também pedir auxílio, sempre que necessário, à auxiliar de acção educativa, a um professor do Ensino Especial ou até a um psicólogo que exista (o que é difícil) na escola.
Mas, na minha opinião, os primeiros e principais educadores, são os pais, insubstituíveis no desenvolvimento educativo dos seus filhos, mesmo quando estes se encontram em período de intensa educação escolar. O sistema de ensino está ao serviço da educação escolar das crianças e do seu próprio desenvolvimento e, assim, encontra-se a par dos pais e encarregados de educação para os auxiliar na nobre missão de educar as novas gerações.Para que esta finalidade se cumpra, é necessário aproximar a escola do meio familiar e social em que a criança vive, já que aos pais e encarregados de educação cabe um papel decisivo nesse desenvolvimento.Deste modo deve pedir-se aos pais que:• acompanhem regularmente as actividades dos seus filhos;• os ajudem a desenvolver hábitos de trabalho e atitudes de cooperação;• sigam atentamente as informações fornecidas pela escola;• contactem frequentemente com os professores;• facilitem contactos e pesquisa de informação fora da escola;• colaborem na vida da escola.Só assim, é que será possível falar-se num ensino integral e harmonioso da criança, sem haver necessidade de se falar tanto em “castigos” e sem haver atritos entre professores e encarregados de educação, que na sua maioria dos casos é causado pela falta de diálogo e cooperação mútua.
Paulo Sousa

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